Eles até gostam de redes sociais, mas na hora de escolher o futuro, preferem empresas com propósito, saúde mental e espaço para crescer.
O que move a nova geração? Não é fama, é propósito.
Aquela ideia de que todo jovem quer ser famoso no TikTok ou viver de likes no Instagram está ficando para trás — ao menos para a Geração Z.
Uma pesquisa do Infojobs com mais de mil participantes revelou uma reviravolta nos sonhos profissionais dessa galera nascida entre 1996 e 2010.
Apesar de crescerem conectados, os jovens de hoje estão mirando em áreas mais sólidas e significativas, como tecnologia (34,5%), saúde e bem-estar (23,1%) e empreendedorismo (18,8%).
A influência digital, curiosamente, ficou de fora dos principais desejos profissionais. Isso mostra que, mais do que curtidas, eles querem conexão com propósito e identidade no trabalho.
“A Geração Z prioriza se sentir bem em relação às suas escolhas profissionais. Não basta apenas um bom salário, eles precisam se conectar com o propósito do que fazem”, explica Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.
Eles querem mais do que um crachá: liberdade, saúde e sentido
O estudo vai além ao mostrar o que os jovens realmente esperam de um emprego. Não é só sobre dinheiro — embora ele ainda seja essencial —, mas sim sobre uma experiência de trabalho que respeite a pessoa por trás do colaborador.
Confira os pontos que mais pesam para essa geração ao escolher uma vaga:
- Flexibilidade de horários e trabalho remoto: 56,2%
- Salário justo e benefícios inteligentes: 50,7%
- Cuidado com a saúde mental e bem-estar: 41,6%
- Crescimento acelerado e aprendizado constante: 37,1%
Esse desejo por equilíbrio mostra que os jovens não estão recusando trabalho, mas sim recusando ser consumidos por ele. Eles sabem o que vale a pena — e o que não vale mais.
A insatisfação é real: maioria quer mudar de rumo
Um dado gritante do levantamento: 60,3% dos entrevistados ainda não estão empregados. E, dos 39,5% que estão, mais da metade (65,1%) planeja mudar de área nos próximos 10 anos.
Essa taxa de mudança sinaliza algo importante: a instabilidade emocional e estrutural no mercado atual. O que antes era visto como descompromisso agora é entendido como busca por adaptação e realização.
“O mercado precisa parar de subestimar essa geração. Eles estão em busca de crescimento, propósito e bem-estar, e rejeitam modelos de trabalho ultrapassados”, afirma Ana Paula Prado.
Salário é importante, mas não vem sozinho
Não dá pra negar: salário e estabilidade financeira ainda são prioridade, sim — 70% dos jovens colocam isso como fator número um na hora de escolher a carreira.
Mas o jogo virou: eles também exigem:
- Equilíbrio entre vida pessoal e profissional: 49,4%
- Oportunidades reais de crescimento: 48,2%
Ou seja, o jovem quer ganhar bem, mas sem abrir mão da própria vida e saúde mental. Eles buscam empresas que incentivem o desenvolvimento sem esgotar seus colaboradores.
Quando o ambiente pesa, eles vão embora
Se o local de trabalho vira um pesadelo, o jovem não pensa duas vezes: vai embora.
Segundo a pesquisa:
- Ambiente tóxico ou cultura desalinhada: 71,6%
- Falta de reconhecimento: 45,2%
- Desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal: 36,5%
Essa geração simplesmente não aceita mais o “é assim mesmo”. Eles questionam, cobram, se posicionam. E querem ver mudanças concretas nas relações de trabalho.
“Essa geração entendeu que respeito, inclusão e transparência são pilares fundamentais para a vida, incluindo a rotina de trabalho”, conclui a CEO.
Por que isso importa para o futuro das empresas?
Se as empresas não quiserem perder talentos, precisam repensar tudo: das jornadas às lideranças. O mercado atual exige transformação.
A Geração Z não está aqui para se conformar, está aqui para criar novas formas de viver e trabalhar — e isso é poderoso.
Empresas que ouvirem essa geração sairão na frente. As que ignorarem? Ficarão para trás.