De crises existenciais ao K-pop: como a Geração Z está desabafando, aprendendo e buscando respostas em inteligências artificiais como a Luzia
Se você pensa que os jovens só querem saber de memes e redes sociais, é melhor repensar. Uma pesquisa recente feita pela Luzia — a popular assistente de inteligência artificial integrada ao WhatsApp — revelou algo surpreendente: os temas mais buscados pelos brasileiros de 16 a 20 anos vão muito além de entretenimento. Eles estão sedentos por autoconhecimento, aprendizado, afeto e, principalmente, por respostas sinceras para as questões mais profundas da vida.
Com mais de 25 milhões de usuários no Brasil, a Luzia está se tornando uma verdadeira confidente virtual dessa nova geração. Em entrevista à CNN, Pablo Delgado, responsável pela marca e comunicação da Luzia, declarou:
“A juventude é uma fase de transição para todos, todos nós temos muitas dúvidas e muitas incertezas.”
E é justamente nesse turbilhão de emoções, cobranças e inseguranças que a IA entra como uma aliada — não apenas respondendo questões escolares, mas acolhendo dúvidas íntimas e existenciais que, muitas vezes, nem são ditas em voz alta.
Jovens querem entender a si mesmos — e ao mundo
Ao analisar as perguntas mais comuns dos usuários entre 16 e 20 anos, a equipe da Luzia identificou padrões que refletem a realidade emocional, social e educacional dessa faixa etária. Não se trata só de dever de casa. Os jovens querem saber:
- “Como ganhar a confiança dos meus pais?”
- “Por que meus colegas não gostam de mim?”
- “Como falar da minha identidade de gênero com meus pais?”
- “Estou apaixonado? Como saber?”
- “O que é sucesso profissional e como alcançá-lo?”
Essas perguntas escancaram um fato que não pode mais ser ignorado: a nova geração tem dúvidas profundas, e quer se sentir ouvida — mesmo que pela IA.
Tecnologia como apoio emocional e educacional
Além do autoconhecimento, os jovens também usam a IA como ferramenta de educação. As perguntas sobre matemática, português, química e outras disciplinas são constantes. Mas o que chamou a atenção foi o desejo por idiomas diferentes.
Segundo Delgado, depois do inglês, a língua mais buscada é o japonês.
“Presumimos que seja por causa dos animes, mangás e do impacto da cultura japonesa”, explicou.
E não para por aí. A cultura sul-coreana também está ganhando espaço. Devido ao aumento das buscas por K-pop, K-dramas e pela língua coreana, a equipe da Luzia já está preparando uma versão capaz de ensinar coreano de forma prática e interativa.
Entre amor, rejeição e pressão dos pais: as dores da juventude digital
A pesquisa revelou temas recorrentes nas conversas com a IA, e eles pintam um retrato realista da vida emocional e social da Geração Z. Veja os principais assuntos:
Família e pressão acadêmica
- “Como lidar com a pressão para tirar boas notas?”
- “Como dizer que não quero seguir a carreira que meus pais escolheram?”
Amizades e rejeição
- “Por que meus amigos não me chamam para sair?”
- “Como faço para me enturmar?”
Autoestima e identidade
- “Como saber se sou gay?”
- “Como me aceitar como sou?”
Amor e coração partido
- “Acho que estou apaixonado, e agora?”
- “Terminei um relacionamento, como superar?”
Redes sociais e vício digital
- “Sou viciado no celular, como mudar isso?”
- “Como equilibrar o tempo online com outras coisas da vida?”
Esses tópicos mostram que, mesmo vivendo em um mundo hiperconectado, os jovens ainda enfrentam angústias muito humanas, e muitas vezes solitárias. E estão encontrando na inteligência artificial um espaço seguro para desabafar, aprender e crescer.
Cultura pop como ponte de aprendizado
Não é só dor e dúvida. Os jovens também usam a IA para mergulhar no que amam: cultura pop, música, séries, animes e muito mais. O sucesso do K-pop, por exemplo, está tão em alta que motivou a Luzia a se preparar para ensinar língua coreana. Isso mostra como o interesse por entretenimento pode ser também porta de entrada para o conhecimento.
O que isso nos ensina sobre a nova geração?
A geração Z e Alpha estão constantemente tentando entender o mundo e a si mesmos. São jovens que, embora nascidos na era digital, carregam dúvidas milenares: quem sou eu, como me encaixo, como sou amado e para onde vou? Só que agora, ao invés de perguntar aos pais ou professores, muitos preferem recorrer à tecnologia.
Mas isso não significa frieza. Ao contrário: eles querem ser ouvidos sem julgamentos. E a IA, como a Luzia, tem se mostrado uma alternativa acessível, imediata e até terapêutica nesse processo.
Quer entender a geração Z de verdade? Escute suas perguntas.
Se você quer se conectar com as novas gerações — seja como pai, educador, marca ou criador de conteúdo — comece por escutar com atenção o que eles estão perguntando. Não subestime o poder de uma simples dúvida: ela pode revelar uma necessidade profunda, um talento escondido ou até uma dor silenciosa.
No fim das contas, essa juventude quer algo que todo mundo quer: ser compreendida.