Eles não estão apenas pesquisando no Google — estão escaneando sua alma digital. A nova geração exige propósito, posicionamento e conexão real. Está preparado?
Quando você pensa em marketing digital, imagina influenciadores, campanhas no Instagram e estratégias de SEO? Bom, é melhor adicionar mais um ingrediente essencial a essa fórmula: consciência social. Porque se sua marca quer continuar relevante, precisa entender quem está realmente no controle das buscas — a Geração Z.
Segundo o relatório Think with Google, 83% dos jovens brasileiros da Gen Z usam o Google como principal ferramenta para descobrir, comparar e decidir suas compras. Em 2024, foram mais de 5 trilhões de buscas no mundo — e eles lideraram essa avalanche de cliques.
Mas calma, não se trata apenas de quantidade. A mudança é de mentalidade. A Geração Z não é só consumidora. Ela é crítica, consciente, inquieta. Eles não apenas buscam por produtos. Eles avaliam, questionam, pesquisam histórias e cancelam marcas com comportamentos duvidosos. Literalmente.
“A Geração Z é a primeira nativa da cultura da busca. Eles cresceram hiperconectados, com acesso fácil à informação, e hoje usam o Google não só para comparar preços, mas como um filtro ético”, analisa Luís Parrela, CEO da DBOUT Mídia.
O Google virou o novo detector de ética
Antes de clicar no botão “comprar”, esses jovens querem mais. Eles buscam transparência, representatividade e responsabilidade social. Não confiam em promessas vazias e detectam forçação de barra a quilômetros de distância.
Segundo o InstitutoZ, quatro em cada cinco jovens já desistiram de um produto por causa da reputação da empresa. Isso mostra que o marketing antigo — aquele baseado apenas em persuasão e gatilhos — não cola mais com essa galera.
E tem mais: uma pesquisa da Ipsos revelou que 59% da Geração Z valorizam quando marcas se associam a organizações da sociedade civil. Não é sobre parecer preocupado. É sobre agir de verdade.
Redes sociais: muito mais do que likes e dancinhas
Hoje, as redes sociais são o novo balcão de vendas, mas com um detalhe: é o público que decide quem entra e quem sai. Segundo o International Civil Service Commission (ICSC), 85% da Geração Z recorre às redes antes de comprar qualquer coisa.
E de acordo com a Mavely, 52% já compraram algo com base em recomendação de influenciadores. Não é só entretenimento. É validação. O que diz um criador de conteúdo pode valer mais do que o que diz sua família: 60% preferem ouvir influenciadores a parentes e amigos (40%), segundo a Fundação Brasileira de Marketing (FBM).
Ou seja: sua marca pode até estar nas redes, mas se não tiver relevância e voz verdadeira, vai ser só mais um post perdido no feed.
Presença digital sem propósito é ruído
A verdade é que não basta mais aparecer. Tem que posicionar-se com coragem. Tem que dialogar.
Marcas que evitam temas como sustentabilidade, saúde mental, diversidade e inclusão estão se tornando invisíveis para essa geração. Luís Parrela, da DBOUT, resume bem:
“O posicionamento deixou de ser opcional. Marcas que evitam assumir compromissos claros com causas importantes para a sociedade moderna estão, na prática, optando pela irrelevância para a Geração Z.”
Ele ainda reforça que essa galera não quer perfeição. Quer humanidade. Quer marcas que falham, mas que assumem, aprendem e se posicionam de forma coerente.
Três pilares para dialogar com a Geração Z:
- Autenticidade com Propósito:
Fale sobre o que importa. E fale com verdade. Sustentabilidade, saúde mental, inclusão e diversidade não são bônus — são base. - Personalização com Respeito:
Use dados para entregar experiências que façam sentido, sem invadir o espaço do usuário. Privacidade é valiosa. - Agilidade e Resposta Rápida:
Fique atento às tendências, às pautas do momento e aos sinais que sua audiência emite. E principalmente: responda com humanidade.
Conectar é mais importante que vender
A Geração Z veio para mudar o jogo. E essa revolução não é moda passageira. Ela redefine o presente e molda o futuro do marketing. Estar no Google, nas redes ou em campanhas já não é diferencial — é só o começo.
O verdadeiro desafio é construir relevância com base em valores reais, escuta ativa e ação social concreta. Não se trata de acompanhar a mudança. É sobre liderá-la.
Porque no final das contas, a pergunta que fica é: o que sua marca está fazendo agora para ser lembrada amanhã?