Muito além da grife: jovens transformam bolsas caríssimas em vitrines de expressão pessoal com pingentes, chaveiros e muita criatividade — tudo isso viralizando no TikTok.
No TikTok, não existe amanhã quando o assunto é estilo com atitude. A tendência da vez? A “Jane Birkinificação” das bolsas de luxo. Sim, você leu certo. A Geração Z está dando um show de autenticidade ao personalizar suas bolsas como se cada acessório fosse uma obra de arte — e está fazendo isso sem medo de ousar.
A ideia nasceu da musa eterna Jane Birkin, que eternizou a prática de personalizar bolsas com penduricalhos, pingentes e acessórios únicos. Agora, o TikTok deu um novo nome para esse fenômeno: “Jane Birkinificando sua bolsa”. E com mais de 60 milhões de publicações marcando esse termo, a tendência deixou de ser nicho para virar movimento cultural.
Nomes como Dua Lipa, Lily Allen e Yunjin, do grupo de K-pop Le Sserafim, já aderiram ao estilo que une luxo com dopamina fashion — aquele prazer de se vestir para sentir-se bem, sem seguir regras. Elas estão inspirando milhões de jovens a pegar bolsas grifadas e transformá-las em manifestações visuais de sua personalidade.
Luxo com identidade: a moda agora tem voz e rosto
A nova febre entre os criadores da Geração Z e Alfa vai muito além do visual: é sobre se diferenciar, se expressar e, acima de tudo, não seguir padrões engessados da indústria da moda.
Vídeos ASMR no TikTok mostram usuários adicionando pingentes às bolsas da Charles & Keith, enquanto outros exibem edições de “o que tem na minha bolsa” com acessórios que chegam a ultrapassar os R$30 mil, como acontece com modelos da Miu Miu e Balenciaga, agora decoradas com itens de marcas como Bimba Y Lola.
O resultado? Um novo luxo, onde o que vale é a originalidade. A personalização virou símbolo de resistência criativa: em vez de seguir o script dos “guardas da moda tradicional”, os jovens preferem reescrevê-lo.
Personalização é poder: os números mostram
Segundo dados de consumo no Reino Unido, 50% da Geração Z afirma querer expressar sua personalidade por meio das roupas. Já nos Estados Unidos, eles são 64% mais propensos do que outras gerações a querer que os outros notem o que estão vestindo. A palavra de ordem é: “quero que meu look fale por mim”.
Esse comportamento mostra uma clara ruptura com a era do “luxo discreto”, marcada por peças bege e minimalistas. O grito de independência estética da Geração Z é alto, colorido e cheio de charms metálicos, joias penduradas e chaveiros irreverentes.
Das passarelas para as ruas — e para o feed
A temporada SS24 foi dominada pelo maximalismo. Marcas como Balenciaga desfilaram bolsas cravejadas com correntes metálicas e acessórios ousados, enquanto a Christian Dior deu destaque à sua clássica Lady Dior com pingentes exclusivos. A Diesel levou às passarelas bolsas com pulseiras prateadas nas alças, e a Coach virou referência no TikTok com seus encantadores “bag charms”, alcançando mais de 37 milhões de postagens.
A febre é tanta que até funcionários das lojas Coach viralizam ao incentivar consumidores a incrementar suas bolsas, tornando cada compra uma experiência personalizada.
Democratizando o luxo com criatividade
Mesmo com o alto valor dessas bolsas, os jovens não hesitam em intervir e reinventar. Afinal, o status de ter um item de luxo não basta — ele precisa dizer algo único sobre quem o carrega. E se isso significa colocar um chaveiro de pelúcia ou um pingente vintage em uma bolsa de R$ 20 mil, que assim seja.
Esse comportamento quebra a ideia tradicional de luxo, tornando-o mais acessível emocionalmente. Porque mais do que exibir uma marca, agora é sobre mostrar quem você é por meio dela.
A Geração Z deixa claro: acessórios também merecem acessórios. O luxo do futuro é ousado, remixado e cheio de camadas. E a moda, como reflexo disso, acompanha o ritmo — adaptável, criativa, vibrante.