Descubra como essa nova tecnologia funciona como um “exército de assistentes digitais” e por que ela pode superar o ChatGPT e o Gemini nos próximos meses.
Dois meses depois de a DeepSeek ter abalado o mercado e deixado gigantes da tecnologia como Google e OpenAI de cabelo em pé, a China volta a surpreender o mundo com o lançamento de uma nova inteligência artificial chamada Manus. Desenvolvido pela promissora startup Butterfly Effect, esse sistema vai muito além do que já conhecemos — e, segundo especialistas, pode representar a próxima geração da IA generativa.
Criado para executar tarefas complexas com menos comandos, o Manus não só rivaliza com sistemas como o ChatGPT e o Gemini, mas também promete ultrapassá-los em termos de autonomia, fluidez e precisão.
E a mágica por trás disso tudo? Uma arquitetura que parece saída de um filme de ficção científica: um sistema de agentes inteligentes que funcionam como assistentes especializados, cada um com uma missão própria para resolver partes de um mesmo desafio.
“Um exército de assistentes que trabalha especificamente para o usuário”, como define o engenheiro de software Alessandro Emerich.
📌 O que é um LLM e por que o Manus é tão diferente?
Antes de tudo, é importante entender o conceito de LLM, sigla para Large Language Model (ou “Grande Modelo de Linguagem”, em português). Esse é o coração das IAs modernas que conseguem manter diálogos, criar textos e responder perguntas com fluidez.
O ChatGPT, por exemplo, foi pioneiro nesse tipo de interação natural. Mas com o tempo, especialistas começaram a perceber limitações sérias.
“Com o tempo, começou-se a perceber que o GPT ‘alucinava’ com demandas mais complexas. Como a IA não pode deixar o usuário sem resposta, ela simplesmente criava algo quando não sabia responder, mesmo que não fosse correto”, explica Alessandro.
Esse tipo de resposta ilusória (conhecida como alucinação de IA) se tornou um problema frequente. Faltava um recurso que trouxesse respostas mais confiáveis, críticas e alinhadas com a realidade — e foi aí que o Manus entrou em cena com uma proposta ousada.
🔍 Por dentro do funcionamento do Manus
O Manus é classificado como um agente de IA geral, o que significa que ele age com autonomia para tomar decisões e planejar ações, sem depender do usuário para cada pequeno comando. Na prática, ele funciona como um cérebro mestre, que coordena diversos “mini assistentes” — os chamados agentes.
Esses agentes são como extensões especializadas do Manus. Cada um deles é responsável por uma tarefa específica, criando um sistema de divisão inteligente de tarefas.
“É como se você pegasse o ChatGPT e criasse ‘filhotinhos’ dele. E, para cada filhotinho, você atribui uma tarefa específica”, compara Alessandro. “O resultado disso é uma equipe, um exército de assistentes que trabalha especificamente para atender à demanda do usuário”.
O mais impressionante é que esse recurso já vem pronto para uso, sem necessidade de um técnico configurar ou programar os agentes. Isso torna o Manus acessível até para quem não tem conhecimento técnico avançado.
🤖 Interatividade em outro nível
Um dos maiores diferenciais do Manus é sua capacidade de diálogo profundo com o usuário. Alessandro Emerich compartilhou um teste que realizou, pedindo à IA que criasse um guia de como montar agentes para usar no próprio notebook.

O que aconteceu surpreendeu até quem já trabalha com IA:
“Ao receber a solicitação, o Manus perguntou que tarefas e que tipo de agente eu queria, qual meu nível técnico, quais as minhas preferências e que hardware eu tinha. Respondi, ele agradeceu e disse que faria a pesquisa com base nas minhas respostas. Nenhuma IA hoje faz isso”, relata.
Em vez de simplesmente responder, o Manus construiu uma conversa real, buscando entender as necessidades do usuário. A partir disso, ele elaborou uma lista de tarefas, iniciou a pesquisa e foi mostrando cada passo do processo em tempo real — desde os sites visitados até os rascunhos do conteúdo gerado.
“Se eu tivesse pedido o mesmo para o ChatGPT, precisaria fazer várias perguntas para evoluir (uma de cada vez), e o resultado do trabalho seria bem mais pobre”, afirma Alessandro.
🧠 Segurança em primeiro lugar: atenção ao uso da nova IA
Apesar de todo o potencial do Manus, especialistas recomendam cautela ao interagir com novas tecnologias, especialmente aquelas que ainda estão sendo testadas em grande escala.
“Até agora, o principal diferencial da nova IA é a sua capacidade de dar respostas a prompts mais complexos sem se perder”, afirma Emilio Simoni, especialista em cibersegurança.
A recomendação é simples: não compartilhe dados pessoais, financeiros ou sensíveis em nenhuma IA — por mais avançada e interativa que ela pareça ser.
Além disso, mantenha sempre seu dispositivo atualizado e use redes seguras. As IAs estão se tornando cada vez mais integradas ao nosso cotidiano, e cabe a nós, como usuários, garantir que a inovação venha acompanhada de responsabilidade.
✨ Por que o Manus pode ser o futuro da IA?
Para a nova geração — Gen Z, Alpha e os nativos digitais —, ferramentas como o Manus não são apenas curiosidades tecnológicas, mas ferramentas práticas e poderosas para trabalho, estudo e criação. E quanto mais intuitivas, autônomas e responsivas essas ferramentas forem, maior será sua utilidade no dia a dia.
O Manus chega justamente nesse ponto de virada: menos comandos, mais resultados. Menos limites, mais liberdade criativa.
Se você é da turma que quer explorar o que vem por aí no mundo das IAs, vale a pena ficar de olho nessa novidade chinesa que está mudando o jogo — e desafiando os maiores nomes do mercado.
“Crie um documento sobre os efeitos do aquecimento global na agricultura da América Latina, e quais as consequências previstas para os próximos 10 anos.”
Veja as respostas:
ChatGPT | Manus | |
Introdução | – Menciona resumidamente a gravidade do aquecimento global; – Cita o problema na América Latina; – Fala sobre os eventos climáticos que impactam a produção de alimentos. | – Detalha o fenômeno do aquecimento global; – Fala sobre a vulnerabilidade da América Latina; – Fala sobre a importância da agricultura para a região, citando referências; – Fala sobre alertas de autoridades climáticas para a região, citando referências; – Fala sobre o propósito do documento criado e sobre o que será abordado na continuação do texto. |
Desenvolvimento | – Relata as causas e efeitos do aquecimento global em 4 itens; – Relata as consequências para os próximos 10 anos em 5 itens; – Oferece 4 possíveis possíveis soluções e adaptabilidade para o problema. | – Fala sobre os impactos atuais do fenômeno, citando fontes; – Traz exemplos de eventos extremos no continente (furacões, degelo dos Andes, incêndios na Amazônia, etc) com datas e fontes; – Associa o aumento da temperatura à proliferação de pragas e outros danos; – Alerta para a necessidade de estratégias de contenção do problema; – Traz projeções climáticas para o continente (com fontes); – Divide os impactos por região (América Central, Cone-Sul, Andes e Amazônia); – Traz estratégias de mitigação dos danos (manejo da água, melhoramento genético, etc) com fontes. |
Conclusão | – Reconhece que os próximos 10 anos serão críticos para o continente (redução de alimentos e problemas sociais e econômicos); – Aconselha a adoção de práticas agrícolas sustentáveis para mitigar os impactos. – Ao final, cita as 3 referências utilizadas na pesquisa. | – Reconhece o desafio para o continente e especifica o problema em cada uma das 4 regiões citadas anteriormente; – Aborda a necessidade de superar barreiras tecnológicas para lidar com o problema; – Cita pontos positivos, como biodiversidade e capacidade de inovação para superar o problema. |
Extensão do documento | 3 páginas | 13 páginas |
Um novo nível de autonomia na IA
Diferente de outras inteligências artificiais, o Manus não depende de comandos detalhados a todo momento. Ele interpreta o que você precisa e monta uma estratégia própria para chegar até o resultado ideal. Isso representa um salto enorme em termos de autonomia e personalização.
“É como se você tivesse uma equipe de especialistas trabalhando só para você, 24 horas por dia, sem reclamar e com foco total na sua demanda”, diz Alessandro.
Esse recurso o aproxima mais da ideia de uma IA generalista, algo que há anos é estudado e idealizado, mas que até pouco tempo parecia ficção científica. E para a geração Z e Alpha, que vive conectada e exige respostas rápidas e eficientes, essa inovação cai como uma luva.
Manus aprende com você
Outro destaque do Manus AI é sua capacidade de adaptação em tempo real. Ele entende seus hábitos, padrões de perguntas, linguagem e preferências. E isso não exige programação, é tudo feito com base na interação natural.
Se você costuma usar termos técnicos, ele começa a responder nesse nível. Se é iniciante, ele adapta a linguagem para algo mais acessível. O mais interessante? Ele evolui com você.
Isso traz um novo patamar de conexão entre humanos e máquinas, especialmente para uma geração que já cresceu conversando com assistentes virtuais.
Segurança: onde fica nesse jogo?
Claro, com tanto poder e autonomia, surge a dúvida: é seguro? Segundo o especialista Emilio Simoni, a Butterfly Effect está adotando um modelo de IA com foco em transparência, privacidade e rastreabilidade das ações.
Cada etapa do processo do Manus é registrada, e o usuário pode verificar tudo que está sendo feito — desde os sites que estão sendo acessados até as fontes utilizadas para formular as respostas.
“Essa transparência é essencial. Não podemos dar autonomia a uma IA sem sabermos no que ela está se baseando”, pontua Emilio.
Outro ponto importante é que o Manus não armazena dados sensíveis sem permissão. Ou seja, você tem total controle sobre o que ele aprende ou não com você.
A revolução que começa agora
O Manus ainda está sendo explorado e provavelmente muitas funcionalidades novas serão descobertas nos próximos meses. Mas uma coisa já é certa: ele muda o jogo. O modelo baseado em agentes cria uma nova lógica de funcionamento para as IAs, mais próxima daquilo que imaginávamos quando ouvíamos falar em inteligência artificial de verdade.
Para os jovens da geração Z e Alpha, que já vivem em meio a assistentes, algoritmos e hiperconexão, o Manus representa o próximo passo natural — e, talvez, o mais surpreendente até agora.
Conheça o Manus, a nova inteligência artificial chinesa que está redefinindo o conceito de autonomia digital com agentes especializados e interações inteligentes. Um passo além do ChatGPT e Gemini.