Não basta oferecer bons salários e benefícios: as empresas que ignoram a solidão corporativa estão perdendo produtividade e propósito.
Você já parou pra pensar que, mesmo cercado de pessoas no trabalho, muita gente se sente completamente sozinha? Essa é a realidade de milhares de profissionais no Brasil — e o assunto vem ganhando espaço entre os principais líderes de RH do país. Durante o RH Leadership Xperience 2025, promovido pela StartSe, uma pauta chamou atenção: a epidemia silenciosa de solidão nos ambientes corporativos.
Quem trouxe o alerta com força e sensibilidade foi Fabiana Galetol, diretora de Pessoas e Sustentabilidade da Pluxee. Em sua fala, ela destacou o impacto direto que a saúde social tem sobre a produtividade e o engajamento dos times. “Hoje a gente vive uma epidemia, infelizmente, de solidão”, afirmou. E os números confirmam: mais de 500 mil pessoas foram afastadas pelo INSS por questões de saúde mental, e outros 3,5 milhões se afastaram por períodos curtos, muitas vezes ignorados pelas estatísticas.
E não é exagero. A falta de conexão verdadeira no ambiente de trabalho tem custado caro — não só emocionalmente, mas também em performance. Segundo Fabiana, a chave está em redefinir as relações corporativas: “Nós precisamos viver em comunidade, e saúde social é sobre você participar genuinamente das comunidades, se sentir pertencente, você ter conexões realmente significativas e conseguir interagir com as pessoas.”
Para ela, é hora de transformar tarefas em experiências com propósito, equipes em redes de apoio, e trabalho em algo que faz sentido de verdade. Parece utópico? Talvez. Mas empresas que já estão aplicando essa lógica colhem resultados palpáveis. Engajamento, felicidade e pertencimento andam juntos — e são combustíveis para o sucesso.
“Se eu pego o relacional com o pertencimento, eu tenho saúde social. Se eu tenho uma saúde social fortalecida na empresa, eu gero mais felicidade, eu gero mais engajamento e eu vou ter melhores resultados”, reforçou Fabiana.
RH do futuro é humano: sem empatia, não há cultura forte
A executiva foi além e deixou um recado claro para quem está à frente das decisões de Recursos Humanos: é preciso criar ambientes de segurança psicológica, onde os colaboradores possam se expressar com liberdade, sem medo de julgamento ou retaliação.
“As pessoas têm que ser quem são e terem espaço de fala, de escuta, e terem espaço para ser e falar o que quiserem sem medo de retaliação, sem medo de julgamento”, defendeu. E isso vai muito além de conversas motivacionais — envolve oferecer apoio psicológico, incentivar o bem-estar físico e até pensar na educação financeira dos funcionários. Tudo isso está conectado.
Não é sobre like. É sobre laço.
A geração Z e a geração Alpha — que já estão entrando no mercado de trabalho — esperam algo diferente das empresas. Elas querem conexões reais, empatia, ambientes inclusivos, onde ser autêntico é mais valorizado do que seguir um modelo pré-formatado. E essa mudança de expectativa exige que líderes se atualizem. De verdade.
Como representante da Pluxee, que também foi patrocinadora do evento, Fabiana encerrou com um convite direto aos profissionais da área: “Recomendo a quem não participou que participe, porque tem muito valor para a gente e tem muito valor para os nossos negócios.”
Se você é líder, gestor de RH ou simplesmente acredita em ambientes mais humanos, a hora de agir é agora. Cuidar da saúde social é cuidar do futuro das empresas — e das pessoas que fazem parte delas.